Certo dia eu e meu filho saímos de um grande supermercado em Madri e vi algo que me chamou atenção: no saguão, onde fica os carrinhos de compra há também uma parede com um aparato com muitas finas correntes penduradas, que servem para prender os carrinhos particulares de compra, o qual fica num painel de aço espelhado.
Quando passávamos vi uma cena rara: sentada em frente aquele painel de correntes estava uma menina de mais ou menos cinco anos, que brincava com aquelas correntes unindo-as com suas pequenas mãozinhas e logo soltando. Ficava a olhar atentamente o balançar de um lado para outro até pararem; depois repetia, a menina, novamente e acompanhando com a cabecinha cantarolava baixinho uma canção só para si mesma; uma vez ou outra gesticulava e conversava algo com um rostinho angelical e um sorriso.
Parecia estar no seu mundo encantado de criança onde apenas ela existia na sua imaginação sem alguma preocupação nem mesmo com seus pais, que deveriam estar no mercado a fazer compras, e nem com as dezenas de pessoas que por ali passavam. Era apenas sorrisos e devaneios em um sonho de um mundo de criança.
Fiquei pensando como é bom ser como criança, que não se preocupa com o que os outros pensam, com o ontem, com o hoje e nem sabem que existe o amanhã. Conversa com anjos, gesticula com eles numa dimensão além do visível, por pessoas que andam desesperadas atrás de horários e de como irão fazer com o amanhã.
E diante disso sabendo que Jesus disse que teríamos que ser como as crianças para entrar no reino dos céus; que não nos preocupássemos com o amanhã, porque para com este já tem quem cuide. E nisto as crianças é que vivem como toda a humanidade deveria de viver: em paz consigo mesma.