ALEM DO CAMPO DAS OLIVEIRAS

Era um sábado de setembro, quando convidei meu netinho de seis anos para uma aventura diferente e como tudo que ele fazia de novo, ele chamava de aventura.

Fomos a um campo de oliveiras colher azeitonas, passamos por uma pequena elevação e já estávamos avistando as árvores com seus galhos dobrados ao chão, carregada dos frutos maduros.

Percebemos logo que o caminhar na relva seria dificil, por ser ela quase toda em espinhos de muitas qualidades, as mais rasteiras estavam secas, vimos que havia em meio aos agulhentos espinhais muitos trilhinhos que desviava a relva daninha. Ficamos intrigados, como se formara aqueles trilhos?
Quem teria feito os estreitos caminhos?
Era por eles que passaríamos já que estávamos de sandalhas aos pés.

Começa a nossa aventura, ele estava curioso caminhando com cuidado, tudo era motivo de perguntas, analisava tudo a cada passo, um inseto, uma planta, coisas diferentes. Logo paramos para colher azeitonas negras em uma linda árvore frondosa, seguindo a frente encontramos um amontoado de relvas secas ao pé de duas amendoeiras, como quando o vento as empurra  e param em um obstáculo.  Vimos que havia umas entradas no palheiro, uns buracos, Enzo caminhou até la com sua curiosidade de criança para ver oque era, ficando receoso ao ver que algo se mexia la dentro, eu sorri e ele se acalmou, me olhando com olhar de pergunta; já bem perto assustou quando uma família de coelhinhos cinzentos, de rabinhos de pom pom branquinhos,  saíram correndo e saltando pelo campo, os pequeninos iam atras correndinho.

Enzo fica encantado com oque vê, bate palminhas e ri alto com alegria na sua inocência pura, na descoberta de algo novo. Ai entendi quem fizera os trilhos cheios de curvas, como a natureza os intuía, como era lindo velos aos saltinhos ligeiros; ficamos por algum tempo olhando pra onde seguiam. Em seguida chegou o Tobias, o cachorro do Enzo, veio compartilhar na nossa aventura, enquanto apanhávamos as azeitonas ele se contentava em pular no dono, farejar a relva e depois sentou-se a quebrar as amêndoas e comer as castanhas, Enzo sentadinho nos calcanhares, analisava como ele quebrava com tanta facilidade nos dentes as cascas duras das amêndoas.

Continuamos na apanha, até encher uma sacola de alguns quilos. Enzo dizia estar adorando aquela aventura no campo, que estava descobrindo um monte de coisas diferentes como: andar nos trilhos de coelhos, conhecer sua toca, colher azeitonas no pé, subir em árvores e ver muitos bichinhos que até então eram desconhecidos pra ele, ver a vida silvestre, e que o Tobias comia amêndoas. Eu disse que pra mim aquele momento tambem era de suma importância, porque enquanto colhia as azeitonas pensava la em Jerusalem no horto das oliveiras, que Jesus devia gostar daquela paz, que ele sempre estava entre as oliveiras para orar. Logo quis o Enzo, saber tudo sobre esse Jesus  e tudo mais, ficamos muito tempo falando coisas que para ele era um mundo magico, cheio de sonhos e paz que havia em algum lugar. Foi quando me perguntou: Então mora gente la no céu? E é o Pai do Jesus? tive que lhe falar muito mais desta historia.

Depois lhe disse que eu nunca sonhara apanhar azeitonas no campo de oliveiras, como era onde Jesus passara a sua vida, que eu conhecia sua historia desde pequenina, mais azeitonas só em vidros. Ele ficou em silencio por um instante, olhando ao longe com seus lindos olhos azuis, fez uma caretinha e disse; sabe quando eu crescer vou te levar neste lugar, para conhecermos a terra do Deus, eu respondi; De Deus, você quer dizer?  E que era meu sonho, que ficava pensando como deveria ser belo aquele lugar, onde Jesus se sentia calmo para as suas conversações com seu Pai, longe das multidões. Depois disto tudo que ele se referia de belo, falava do Deus, do Jesus, como ele os via e entendia.

Estava deslumbrado, parecia que todas as informações daquele dia, mudara seu jeito de ver, e entender, entrara num mundo novo, alem do campo das oliveiras.

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