Estava eu conversando com um amigo, inspetor do serviço estrangeiro no aeroporto de Faro, Portugal. Sr, Vitor Vinagre. Estávamos falando sobre trabalho, universidade, sendo ele estudante de psicologia.
Conversávamos sobre carências humanas e vazio interior. Relatou-me ele um fato interessante que se passou com ele. Disse-me, que foi tão marcante, que lhe fez repensar a vida.
contou então, que estava numa manhã de inverno caminhando dentro do aeroporto em Faro, dirigindo-se ao balcão de seu voou, junto com sua esposa, foi surpreendido pelo fato.
Era numa manhã muito fria, andavam a passos rápidos, quando foram abordados por uma mulher visivelmente aflita, que lhe perguntou: Por favor o senhor é de alguma religião? Eu preciso muito de alguns conselhos, estou sem saber oque fazer da vida, preciso de Deus, como falar com Deus.
Ele conta que foi pego de surpresa, e ficou sem saber o porque daquela rápida abordagem, e automaticamente respondeu a senhora que não, e que estava com pressa. Ela agradeceu a atenção e os deixou passar, continuaram andando rapidamente.
Já dentro do avião ficou se perguntando porque ela achou de perguntar de Deus a ele? Estaria ele com jeito de um pregador? E o senhor Vitor, fez este comentário com sua esposa, que disse: Olha se calhar é pelo seu casaco preto longo, e sua pasta de conferencia que carregava embaixo do braço, por estar chovendo, quando saímos do carro, achando ela que fosse uma Bíblia! Ele riu e disse : pode ser mesmo! vendo que você também esta socialmente vestida.
Ele ficou em silencio olhando pela janela do avião e pensando naquela mulher, penalizado por não ter lhe dado mais atenção, achando que poderia ter feito algo mais por ela. Que aquela passagem, havia mostrado a ombos, a carência de Deus, que os seres humanos carregam na alma, e a carência afetiva de um ombro amigo. Nesta vida louca que vivemos, que nos leva a fome de paz interior.
Viu quanta carência emocional, física, psíquica e espiritual que nos arratam a solidão em meio a tanta gente, ninguém tem tempo para ouvir o outro, entende-lo. Perdemos o costume de prestar atenção no próximo, nas sua razoes, quanto mais ama-los, como um semelhante.
Conta que, olhando para dentro do aeroporto via tanta gente, uns tropeçando nos outros, nem se dando conta, nem um olhar se cruza o olhar do outro, quanto menos o coração, ou a alma humana.
Repensando muitas passagens na vida de corre, corre, percebeu que o homem não leva o relógio, mais o relógio que o leva para longe do viver, do existir.
Sorrindo me concluiu: Acho que as formigas vivem mais a vida que nós, sabem bem quem são entre si, que papel representam na sobrevivência da comunidade e continuação da especie.
Diferente de nos,a cidade ferve de gente como um formigueiro. Ninguém se conhece, nem sabe que o outro existe, poucos param para dar o comprimento a alguém. As formigas alem de saberem, quem é quem, com uma migalha, fazem um banquete, dividindo entre todas. Seguem o conselho e os passos da outra e todas seguem um líder. Se um acidente leva a vida de alguém, uma se encarrega de leva-la de volta para casa,para o formigueiro. Seu corpo inerte, não se sabe bem qual é o fundamento, mais ela é valiosa para a todos da família formigueiro,por isso, pelo respeito é levada de volta para a casa, não fica jogada ao léu na beira do caminho.
Tínhamos que imita-las, por mais ligeiras que andem na vida, a atenção esta na união que as fortalecem, o respeito ao próximo e a própria vida.Todas se defendem, se unem em forças e constroem juntas uma cidade e edifícios, dando direitos iguais a todas. Tínhamos que imita-las, ter a essência do cooperativismo,amar mais o nosso próximo e seguir o mestre, para a organização do nosso formigueiro.
Eu achei linda esta narrativa dele e resolvi compartilhar este retalhinho de vida.Nossa alma é tocada a refletir quando menos esperamos e vemos que a vida não é nada sem o próximo. O amor é a fonte de tudo.